Mudando da oral para a inativada

O processo de substituição da OPV pela IPV foi comentada no II Seminário Anual Científico e Tecnológico em Imunobiológicos de Bio, ocorrido no final de maio, pelo vice-presidente da Takeda Vaccines e consultor independente da Fundação Bill & Melinda Gates, Ralf Clemens, na palestra Polio EndGame. De acordo com o plano de ações 2013-2018 do Iniciativa de Erradicação Global Pólio (GPEI), o prazo de substituição mundial está programado para 2020. Espera-se que a doença desapareça totalmente em 2018.

Segundo o vice-diretor de Produção de Bio, Antônio Barbosa, o processo será gradativo. “Nosso grande dilema atual são os equipamentos que utilizamos na produção de OPV que precisam de investimentos quando, na verdade, a tendência é a produção de IPV aumentar. A OPV é uma vacina de baixo custo, já a inativada custa muitas vezes mais. E, atualmente, não há grande oferta de IPV no mundo pois tem poucos laboratórios que a produzem”, destacou.

Ralf Clemens em sua apresentação comentou que o sorotipo 2 deverá ser retirado da vacina até 2016 e Bio-Manguinhos já está trabalhando em cima da mudança da fórmula.

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Ralf Clemens em sua palestra sobre a erradicação mundial da pólio.
Imagem tirada no II Sact (Ascom/Bio-Manguinhos)

 

O Instituto está produzindo anualmente 8 milhões de doses da IPV e 32 milhões da OPV. “O número de doses da OPV, que no passado chegou a 70 milhões de doses anuais, vai diminuir com o tempo. Até o final de junho, o Ministério da Saúde nos passará a demanda de 2015 que, provavelmente, poderá ser um pouco diferente da deste ano”, detalhou Antônio.

 

Desenvolvimento da heptavalente

 

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O presidente da França, François Hollande, e Dilma Rousseff na assinatura
do contrato. Foto tirada em 2013 (Antônio Cruz/Agência Brasil)

 

Foi assinado dia 12 de dezembro de 2013, entre a presidente Dilma Rousseff e o presidente da França, François Hollande, contrato entre Bio-Manguinhos/Fiocruz e Sanofi Pasteur, que vai prestar assistência técnica para a equipe brasileira no desenvolvimento da vacina heptavalente injetável. O imunobiológico terá capacidade de proteção contra sete doenças - difteria, tétano, coqueluche, Hepatite B, Hib - Haemophilus influenzae tipo b, meningite C e poliomielite. O esforço inclui ainda a Fundação Ezequiel Dias (Funed) e o Instituto Butantan. O desenvolvimento está previsto para 2017.

A iniciativa colaborará com o PNI introduzindo um novo produto no calendário vacinal. Quando pronta, a heptavalente vai concentrar sete antígenos em uma única vacina. Na ocasião, o diretor de Bio, Artur Couto, comentou que esse acordo “é motivo de orgulho para nós de Bio-Manguinhos, pois vai colocar um importante e inovador instrumento à disposição da saúde pública brasileira”.

 

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"A heptavalente é um grande desafio por tentar juntar sete antígenos em uma única vacina",
afirma Antônio Barbosa. Imagem tirada no II Sact (Ascom/Bio-Manguinhos)

 

Segundo o vice-diretor de Produção de Bio, Antônio Barbosa, o processo ainda está no início. “A primeira reunião entre os quatro parceiros ocorreu no final de abril. Agora, está sendo traçado um cronograma de ações quanto a responsabilidade de cada uma das partes”, contou.

Para o Instituto, a produção da heptavalente é um grande desafio por tentar juntar sete antígenos em uma única vacina, de forma que não se perca a imunogenicidade de cada um de seus componentes. “O balanceamento adequado dessas concentrações de forma combinada é a nossa principal dificuldade a ser superada”, ressaltou Antônio.

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