dpp-100x100-2O Brasil responde por 90% dos casos de leishmaniose visceral canina da América Latina. Em 2016, o Ministério da Saúde recebeu 3.626 notificações de casos da doença em humanos e 275 mortes foram registradas em todo o País. Somente no Estado de São Paulo, foram 119 pessoas atingidas pela doença e 11 óbitos. Neste ano já foram pelo menos sete mortes no Rio Grande do Sul, Minas Gerais e São Paulo.

A transmissão da leishmaniose visceral canina ocorre pela picada do mosquito-palha e afeta principalmente cães, gatos e humanos. É uma doença que leva ao óbito em até 90% dos casos não tratados e, até recentemente, cães infectados eram submetidos à eutanásia, por serem hospedeiros do vetor.

“Os médicos-veterinários têm grande responsabilidade na vigilância, no controle, na prevenção e na notificação de casos da leishmaniose visceral. O profissional deve sempre orientar os tutores e estar alerta a qualquer manifestação da doença. A leishmaniose é uma doença de notificação compulsória dada sua relevância para a saúde única, que envolve a saúde humana, ambiental e animal. Essa zoonose precisa estar sempre bem monitorada para o bem-estar da sociedade” afirma o presidente do CRMV-SP (Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo), Mário Eduardo Pulga.

 

Saiba mais  

A leishmaniose visceral canina não é transmitida pelo contato direto entre animais domésticos e o ser humano. É necessário que o flebótomo Lutzomyia spp, conhecido como “mosquito-palha”, pique um animal infectado e em seguida um humano, ocasião em que transmite o protozoário. O ‘palha’ se reproduz em ambiente escuro e rico em matéria orgânica.

 

Sintomas

A leishmaniose visceral nos seres humanos ataca principalmente o sistema imunológico, causando insuficiência renal crônica, emagrecimento, atrofia muscular, febre, artrite e diarreia. Nos animais, observa-se queda de pelos, descamação cutânea e presença de ulcerações localizadas ou difusas, além de uma generalizada letargia e emagrecimento.

 

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O teste para detectar a doença é produzido por Bio-Manguinhos.
Imagem: Bernardo Portela - Ascom / Bio-Manguinhos

 

Diagnóstico

A forma mais segura de diagnóstico da LVC é o teste rápido DPP (Dual Path Platform. Bio-Manguinhos/FIOCRUZ). É este o método mais simples e mais utilizado nas clínicas veterinárias, sendo a técnica rápida e pouco traumática.

 

Tratamento

No ano de 2017, os ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e da Saúde aprovaram a comercialização do primeiro medicamento para tratamento da leishmaniose visceral canina: o MilteforanTM, desenvolvido pela Virbac. A droga não cura a doença, mas promove uma grande diminuição na carga parasitária presente no sangue do animal, reduzindo o desenvolvimento das enfermidades características. Este tratamento, entretanto, requer monitoramento periódico de um médico-veterinário e deverá ser administrado até o fim da vida do animal, assim como devem ser mantidas obrigatoriamente as medidas preventivas.

 

Prevenção

Para evitar a infecção pela leishmaniose visceral canina, os médicos-veterinários recomendam a adoção de algumas medidas por parte dos donos de cães e gatos.

 

Coleiras repelentes: As coleiras com substâncias repelentes são a medida mais eficiente para não-contaminação com a zoonose. A deltametrina é o elemento químico recomendado pela Organização Mundial da Saúde para impedir o contato dos animais com o mosquito transmissor.

Barreiras físicas: Revestir janelas e portas de canis ou viveiros com redes e telas é outra medida preventiva com boa efetividade. Como o inseto se alimenta no período noturno, em regiões quentes e com incidência de leishmaniose, é recomendável guardar os animais em seus refúgios após o fim de tarde.

Limpeza de locais abertos: Como o mosquito-palha se reproduz em locais com matéria orgânica, é preciso manter quintais limpos e evitar o acúmulo de lixo e água parada. A higiene é uma das melhores medidas de prevenção contra a Leishmaniose. Terrenos abandonados e locais com muitas árvores e sem manutenção devem ser evitados pelos tutores.

Exames periódicos: Todas as medidas acima devem ser acompanhadas de consultas regulares ao veterinário. Somente este profissional está capacitado para identificar os sintomas e promover o tratamento recomendado.

 

Fonte: O Liberal

 

 

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