Uma parceria institucional entre unidades da Fiocruz foi formada em prol da qualificação de jovens na área de Biotecnologia. No dia 22/12, foi assinada uma carta compromisso. Este instrumento tem por finalidade formalizar o compromisso entre o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV), o Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS) e a Vice-Presidência de Gestão e Desenvolvimento Institucional (VPDGI), no que se refere a implantação - em âmbito interno da Fiocruz - do Curso de Técnico de Nível Médio em Biotecnologia, na modalidade integrada.

O documento tem como objetivo definir o escopo, orçamento e responsabilidades das partes envolvidas. O acompanhamento da carta compromisso, conforme plano de trabalho que consta no projeto, será feita por um responsável técnico de cada unidade. A assessora de relações institucionais Simone Borges (Dibio) é a responsável técnica de Bio-Manguinhos e participa do projeto desde o início, em junho de 2014. "Foi uma grande conquista dentro da Fiocruz", comemorou.

O diretor de Bio-Manguinhos, Artur Roberto Couto, contou o que motivou a parceria. "Com a ampliação da capacidade de produção e desenvolvimento farmacêutico no País, motivado principalmente pelas PDP's inseridas na política para o fortalecimento do Complexo Industrial da Saúde, Bio-Manguinhos, juntamente com a EPSJV e o CDTS, vem discutindo, desde 2014, mecanismos para ampliação na formação de técnicos especializados na área de imunobiológicos, considerando que não dispomos no Rio de Janeiro formação especifica para esta área. Nosso objetivo é oferecer aos jovens uma formação de qualidade neste segmento tão promissor que é o campo da Biotecnologia. Após formados, eles estarão aptos a atuar em qualquer instituição de CT&I, ajudando no desenvolvimento de novos produtos ligados ao SUS", afirmou.

O professor Leandro Medrado, que é o responsável técnico da EPSJV, considerou esta parceria muito válida para a Fiocruz e para o SUS, já que, neste perfil, o curso é considerado inovador. "Foi interessante o processo de construção coletiva com estudos de um mercado que está em ascensão e é estratégico. Conseguimos chegar a um consenso, atendendo às demandas da Fiocruz. Já tivemos uma experiência anterior, mas aprimoramos as disciplinas e conseguimos estruturar uma qualificação técnica mais com ênfase em Biotecnologia em Saúde Humana", explicou.

 

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Carta compromisso formaliza responsabilidades de cada unidade.
Imagem: Divulgação

 

No Sistema Único de Saúde (SUS), a formação dada neste curso pode ser aplicada no desenvolvimento de vacinas, hemoderivados e outros produtos, além de pesquisas com células-tronco e terapias gênicas. Leandro acrescentou, ainda que, no estado do Rio de Janeiro, existem atualmente apenas três cursos de Biotecnologia para o nível médio, que são oferecidos pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ) e Instituto ORT (privado), mas que não possuem especificamente este foco.

O diretor da EPSJV, Paulo César de Castro Ribeiro, destacou a importância desta formação em parceria com outras unidades e o acompanhamento das negociações pelas VPDGI. “É esse tipo de parceria que fortalece a integração entre as unidades. Atingimos nosso objetivo que era compatibilizar os interesses de todos em favorecimento de construir um curso que ao mesmo tempo atende às necessidades de Bio e que é também a cara da Escola Politécnica. Esta formação tem a base que a EPSJV preza e está focada na necessidade do SUS para essa área, formando profissionais que são capazes de propor mudanças e que tenham espírito de liderança”.

 

Números

A procura pelo curso foi enorme: foram mais de 2.400 inscritos para preencher somente 32 vagas gratuitas. A qualificação tem a duração de quatro anos e conta com carga horária de 1.560 horas (sendo destas 540 horas de estágio).

A habilitação se desenvolve por meio de aulas teóricas e práticas, e conta com a participação, inicialmente, de 11 profissionais de Bio-Manguinhos, que vão lecionar as disciplinas Cultura de células, Biotecnologia vegetal, Bioética, Conceitos básicos em pesquisa clínica na biotecnologia, Sistemas de gestão da qualidade, Tecnologias de vacinas e adjuvantes, Tecnologia de biofármacos, Tecnologias de diagnóstico em saúde, Gestão da inovação e propriedade intelectual, Aplicações com células tronco e Princípios da nanotecnologia.

A partir de fevereiro, o Departamento de Recursos Humanos (Dereh) começa a identificar dentro do quadro de funcionários, quais especialistas formarão o corpo docente e de supervisão de estágio do curso.

 

Jornalista: Gabriella Ponte

 

 

 

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