A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) reúne, nesta terça-feira (6/12), a comunidade científica para divulgar e avaliar os resultados das pesquisas realizadas no âmbito da Rede Zika, programa criado, no início do ano, pela Fundação, diante da situação emergencial causada pela epidemia da doença. No evento “Resultados e Avanços da Rede de Pesquisas em Zika, Chikungunya e Dengue no Estado do Rio de Janeiro”, os integrantes das seis redes de pesquisas apoiadas pela Faperj apresentam as descobertas obtidas ao longo do primeiro ano de trabalho e prestam contas públicas dos avanços científicos e tecnológicos decorrentes do programa. O encontro será das 9h30h às 17h30, na Academia Nacional de Medicina, na Avenida General Justo, 365, Centro do Rio. 

O evento terá a presença de cientistas coordenadores, vice - coordenadores e demais pesquisadores integrantes das redes de pesquisas. Criado em fevereiro deste ano para atender a necessidade do país de buscar respostas para a epidemia de zika, o programa Pesquisa em Zika, Chikungunya e Dengue no Estado do Rio de Janeiro – 2015 apoia seis redes de pesquisa em arboviroses, que envolvem 325 pesquisadores de importantes centros de ciência e tecnologia sediados em território fluminense.

Presidente da Faperj, Augusto C. Raupp destaca que o trabalho conjunto de várias universidades permitiu a relevante contribuição do Estado do Rio para o avanço das pesquisas sobre zika no Brasil. 

- Como instituição de fomento, a Faperj formou as redes de pesquisadores, integrando os grupos em um trabalho conjunto. Agora, temos que avaliar nossas conquistas para seguirmos em frente neste último ano de trabalho previsto pelo edital, cujo prazo é de dois anos - explicou Raupp.

Diretor Científico da Fundação, Jerson Lima Silva lembrou que o Brasil responde por 15% dos artigos publicados sobre zika no mundo, sendo que 5% destes trabalhos se devem aos pesquisadores do Rio de Janeiro. Em se tratando apenas do desempenho nacional, o Estado do Rio produziu aproximadamente 35% dos artigos publicados sobre a zika.

-Neste primeiro ano de trabalho, a Rede Zika teve importância fundamental para os resultados obtidos na ciência e tecnologia, contribuindo com descobertas relevantes para o acúmulo de conhecimento e busca de tratamento da doença – disse Lima.  

Durante o evento, cada grupo terá 40 minutos para apresentar os resultados da pesquisa.  Em seguida, o Comitê Avaliador terá 20 minutos para perguntas e discussões sobre o tema exposto. Para avaliar o desenvolvimento das pesquisas, foram convidados: Pedro Fernando da Costa Vasconcelos, diretor do Instituto Evandro Chagas, órgão localizado no Pará, que desenvolve pesquisas nas áreas de Ciências Biológicas, meio ambiente e medicina tropical; Paulo Filemon Paolucci Pimenta, coordenador do grupo de pesquisa em Entomologia Médica, do Centro de Pesquisas René Rachou, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz-MG); e Marcos da Silva Freire, vice-diretor de Desenvolvimento Tecnológico de Bio-Manguinhos, da Fiocruz-RJ, e assessor da Diretoria Científica da Faperj.

Entre as pesquisas desenvolvidas pelas redes, o estudo de casos de microcefalia em recém-nascidos e síndromes neurológicas associadas à infecção pelo vírus Zika, a busca por um diagnóstico sorológico precoce do zika vírus, o desenvolvimento de ações mais eficientes de controle do vetor e a criação de métodos terapêuticos para tratar a doença. 

Sobre o programa- A Faperj lançou, em 18 de dezembro do ano passado, um edital específico para apoiar o estudo das arboviroses. Por meio da chamada pública Pesquisa em Zika, Chikungunya e Dengue no Estado do Rio de Janeiro – 2015, a Fundação selecionou propostas de pesquisas com o objetivo de buscar respostas emergenciais para os problemas causados pelas doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Os projetos selecionados foram anunciados em março deste ano. O prazo estipulado pelo edital para o desenvolvimento de pesquisas é de dois anos. 

As seis redes apoiadas pela FAPERJ mobilizam pesquisadores de importantes centros de pesquisa e tecnologia do estado, entre eles a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Universidade Federal Fluminense (UFF), Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e instituições privadas, como a Universidade Severino Sombra (USS) e o Instituto D'Or de Pesquisa e Ensino (Idor).  Além do Rio de Janeiro, os pesquisadores contam com o apoio intelectual de profissionais do Nordeste, já que em alguns grupos de pesquisa foram incluídos pesquisadores desta região do país.

 

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Marcos da Silva Freire, vice-diretor de Desenvolvimento Tecnológico de Bio,
estará no evento. Imagem: Bernardo Portella - Ascom / Bio-Manguinhos

 

Programação do evento “Resultados e Avanços da Rede de Pesquisas em Zika, Chikungunya e Dengue no Estado do Rio de Janeiro”

Das 9h30 às 10h10- Rede 1

Coordenador: Mário Alberto Cardoso da Silva Neto (UFRJ); Vice-Coordenador: Richard Ian Samuels (Uenf). Tema da pesquisa: Novas Estratégias para o controle do mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue, chikungunya e do vírus Zika: uma abordagem integrada.

Linhas de pesquisa: Aedes RIO: Novas estratégias moleculares para o controle das arboviroses transmitidas pela população de Aedes aegypti do Rio de Janeiro; Controle integrado de larvas e adultos de Aedes aegypti usando fungos entomopatogênicos e inseticidas; Controle alternativo de mosquitos do gênero Aedes, com ênfase em Aedes aegypti através de substâncias naturais de plantas; Estratégia dialógica de divulgação científica para engajamento comunitário pelo combate aos vetores da dengue, chicungunya e zika; Controle do Aedes aegypti, através da distribuição repelente em barra e armadilhas de monitoramento em áreas endêmicas da região norte fluminense.

Das 10h30 às 11h10- Rede 2

Coordenador: Ricardo Lourenço de Oliveira (Fiocruz); Vice-Coordenador: Izabel Christina Nunes de Palmer Paixão (UFF). Tema da pesquisa: Aquisição de conhecimento, tecnologias e informação para subsidiar a prevenção e controle da transmissão vetorial e o tratamento de zika, dengue, chikungunya.

Linhas de pesquisa: Aquisição de conhecimentos fundamentais, tecnologias e informação para subsidiar a prevenção e controle da transmissão vetorial de ZIKV, DENV e CHIKV; Detecção de áreas com mosquitos Aedes aegypti infectados com dengue, chikungunya e zika e estudos de antivirais na terapia e fisiopatologia da doença.

 Das 11h30h às 12h10- Rede 3

Coordenador: Andrea Thompson da Poian (UFRJ); Vice-Coordenador: Stevens Kastrup Rehen (UFRJ). Tema da pesquisa: Estudos da fisiopatologia das arboviroses dengue, zika e chikungunya: busca de alvos terapêuticos e métodos de diagnóstico.

Linhas de pesquisa: Dengue, zika e chikungunya: estudo da integração entre metabolismo e imunidade na fisiopatologia como estratégia para busca de alvos terapêuticos; Investigação dos mecanismos celulares de microcefalia associada à infecção pelo Zika vírus; Rede de pesquisa clínica em arboviroses urbanas: estudos em história natural, mecanismos fisiopatológicos e marcadores diagnósticos e prognósticos; Estudo das interações dos Flavivírus Dengue e Zika com células e anticorpos visando novos métodos para diagnóstico e terapias; Arboviroses gestacionais e desenvolvimento feto-placentário, neurológico e comportamental.

Das 14h30 às 15h10- Rede 4

Coordenador: Wilson Savino (Fiocruz); Vice-Coordenador: Jose Garcia Ribeiro Abreu Junior (UFRJ). Tema da pesquisa: Microcefalia associada à infecção pelo vírus Zika: uma abordagem transdisciplinar.

Linhas de pesquisa: Bases genéticas e moleculares das malformações do neuro-eixo embriônico-fetal para entender a influência dos arbovírus na formação do sistema nervoso; Dengue, zika e chikungunya: uma abordagem multidisciplinar em apoio à investigação destas arboviroses no Rio de Janeiro e Brasil; Núcleo Zika Vírus: da epidemiologia ao desenvolvimento de ferramentas para monitoramento e controle do vetor, vacinação e terapia antiviral.

Das 15h30h às 16h10- Rede 5

Coordenador: Amilcar Tanuri (UFRJ); Vice-Coordenador: José Mauro Peralta (UFRJ). Tema da pesquisa: Estudos da patogênese, virologia, imunologia e diagnóstico da infecção pelo vírus Zika e sua relação com os casos de microcefalia em recém-nascidos.

Linhas de pesquisa: Estudos da patogênese da infecção pelo vírus Zika e sua relação com os recentes casos de microcefalia em recém-nascidos no Brasil; Desenvolvimento de plataformas para detecção de antígenos e anticorpos no diagnóstico diferencial da infecção pelo Zika vírus; Produção de ​teste rápido ​e ​resolução de falsos positivos por reações cruzadas no diagnóstico de zika, utilizando ​aptâmeros e anticorpos monoclonais.

Das 16h30 às 17h10- Rede 6

Coordenador: Cristina Barroso Hofer (UFRJ); Vice-Coordenador: Marzia Puccioni Sohler (UniRio). Tema da pesquisa: Estudo da história natural da doença e da potencial relação entre casos de microcefalia e síndromes neurológicas com a infecção por vírus Zika.

Linhas de pesquisa: Estudo multicêntrico de corte de gestantes e crianças expostas e infectadas intraútero pelo Zika vírus: importância/originalidade; Caracterização neurológica e laboratorial das arboviroses emergentes e reemergentes: dengue, zika e chikungunya; Estudo da história natural da doença, em especial da potencial relação entre casos de microcefalia e infecção por Zika vírus; Validação de classificação clínica para o diagnóstico precoce da síndrome de Guillain-Barré e suas variantes nas viroses emergentes.

 

Fonte: Faperj

 

 

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