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O Brasil vai contar com apoio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) no combate à sífilis. No último dia 20, foi assinada carta de compromisso para a redução da sífilis congênita no país, através de ações estratégicas.


Além da OPAS/OMS, outras 17 associações e conselhos de saúde vão ajudar o Sistema Único de Saúde a combater a doença, com foco na detecção precoce durante o pré-natal das gestantes. No caso de confirmação da infecção, essas mulheres serão encaminhadas para tratamento imediato com penicilina.

“A situação da sífilis no Brasil e no mundo chama a atenção. A sífilis congênita é uma doença que tem cura, mas que ainda não foi alcançada em vários países por um conjunto de fatores, como a falta de penicilina no mercado mundial”, afirmou o representante da OPAS/OMS no Brasil, Joaquín Molina.

O Ministério da Saúde admitiu que o Brasil enfrenta uma epidemia de sífilis. Recente boletim epidemiológico informa que, entre junho de 2010 e 2015, foram notificados cerca de 230 mil casos novos da doença. A transmissão de gestantes para bebês é atualmente o principal problema.

sifilisLogo da ação de combate à Sifilis Congênita.

 

Em 2010, a incidência da doença em homens era maior - cerca de 1,8 caso para cada caso entre mulheres. Essa média caiu para 1,5 homem/mulher em 2015. A redução da diferença indica que as mulheres são o grupo que sofrem com o aumento de sua vulnerabilidade.

Já os casos de sífilis congênita cresceram quase 300% no período: no ano passado, a cada mil bebês nascidos, 6,5 eram portadores de sífilis. Apenas cinco anos antes, em 2010, esse número era de 2,4 bebês em cada mil nascimentos. Ou seja, a incidência da sífilis congênita praticamente triplicou em meia década.

Os objetivos da Agenda de Ações Estratégicas para Redução da Sífilis Congênita no Brasil, coordenada pelo Ministério da Saúde brasileiro, são:

1. Promover a captação precoce da gestante na Atenção Básica para realização em tempo oportuno do pré-natal;

2. Fortalecer o pré-natal do parceiro;

3. Ampliar a cobertura de diagnóstico (por meio de teste rápido) e tratamento oportuno e das gestantes e parcerias sexuais principalmente no pré-natal na Atenção Básica, ou ainda nas maternidades e em situações de abortamento;

4. Incentivar os profissionais de saúde, em especial a equipe de enfermagem, para administração de penicilina benzatina na Atenção Básica, considerando que esse medicamento é o único seguro e eficaz na prevenção da sífilis congênita, conforme as evidências científicas;

5. Desenvolver ações de Educação Permanente em Saúde para qualificação de gestores e profissionais na temática da sífilis adquirida, sífilis na gestação e sífilis congênita;

6. Fortalecer ações de Comunicação em Saúde para dar visibilidade ao tema, com ênfase em gestores, profissionais e comunidade, destacando gestantes e parcerias sexuais;

7. Qualificar informações epidemiológicas, notificação e investigação, com seguimento clínico-laboratorial e fechamento dos casos de sífilis em gestantes e sífilis congênita;

8. Fortalecer ações conjuntas de gestores federal, estaduais e municipais, profissionais de saúde, comunidade e demais atores para prevenção da sífilis congênita;

9. Ampliar a criação e a implementação dos Comitês de Investigação de Transmissão Vertical de HIV e Sífilis nos estados, municípios ou regiões de saúde;

10. Implementar o processo de validação para certificação da eliminação da transmissão vertical de HIV e/ou sífilis nos municípios do país.

 

Jornalista: Pauo Schueler, com informações de agências

 

 

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