Desde janeiro, o número de casos notificados de caxumba na cidade de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, vêm aumentando. Até a última sexta (9/9), já haviam sido notificados 2.260 casos da doença. Conforme a dirigente do Núcleo de Imunizações da Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal da Saúde, Lilian Rosinha, foram registrados 133 surtos no Rio Grande. O surto ocorre quando há mais de dois casos notificados no mesmo local. Segundo dados da SMS, os bairros com mais registros da doença são Getúlio Vargas, Cidade Nova, Carreiros, Parque Marinha, Quinta e Centro.

Lilian explica que recentemente chegaram mais frascos da vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), imunizante produzido por Bio-Manguinhos. Entretanto, ela conta que desta vez não haverá ações específicas de imunização. "As vacinas já chegaram e foram distribuídas para todas as unidades de saúde. Estamos deixando à disposição da população, conforme as necessidades, mas não teremos ações específicas", destaca. A dirigente observa que chegaram 2 mil unidades da vacina.

Segundo o pediatra Dr. Reinaldo de Menezes Martins, membro da Sociedade Brasileira de Pediatria e consultor científico sênior de Bio-Manguinhos, a população não deve ver esses casos como alarmante. “A caxumba é doença, em geral, benigna. Antes da vacinação, a incidência da enfermidade era muito maior”, afirma.

Os colégios que tiverem jovens com suspeita de caxumba devem promover uma campanha de vacinação de contenção, assim como as empresas devem fazer com os adultos. “A melhor conduta é imunizar os que nunca foram, adolescentes e adultos que não sabem/não dispõem de comprovação, e revacinar os que só tomaram uma dose”, recomenda Dr. Reinaldo.

 

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A vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) é produzida por Bio. 
Imagem: Bernardo Portella - Ascom / Bio-Manguinhos

 

Sobre a doença

A caxumba é uma doença infecciosa causada por vírus. Sua transmissão acontece através das secreções respiratórias e saliva. Algumas pessoas não apresentam sintomas, mas, quando eles aparecem, são, no geral, dor e inchaço nas glândulas salivares, febre, dor de cabeça, cansaço e falta de apetite. O tratamento é apenas com alívio dos sintomas, e a recuperação leva cerca de duas semanas. É preciso bastante repouso.

O que fazer, então, para confirmar a doença? “Em geral, o diagnóstico é apenas clínico, mas em estudos clínicos e epidemiológicos podem ser feitos exames de sangue. Esta constatação pode ser feita em qualquer Unidade Básica de Saúde”, respondeu o especialista.

Muitos têm dúvidas se é possível adquirir a doença mais de uma vez. “O vírus da caxumba não imuniza tão bem quanto o da rubéola e do sarampo (na vacina tríplice viral). É possível, mas raro, ter esta enfermidade duas vezes. A efetividade protetora de uma dose é de aproximadamente 70% a 80%, e com duas doses de 80% a 90%. Não há experiência de três doses na rotina, e não se recomenda a administração de uma terceira dose para controlar surtos”, esclareceu Dr. Reinaldo.

A caxumba é de fácil prevenção por meio da imunização, que faz parte do calendário de vacinação. Deve ser aplicada a partir de um ano de idade em duas doses, com intervalo de um mês entre elas, em qualquer posto de saúde. O Ministério da Saúde informa que o estoque deste imunizante se encontra normalizado em todo o país.

 

Jornalista: Gabriella Ponte com informações do Jornal Agora - O Jornal do Sul

 

 

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