O desenvolvimento de testes de diagnóstico e vacina e descobertas com relação ao vírus zika foram temas centrais do Colóquio de Zika no segundo dia do III Simpósio Internacional de Imunobiológicos. Participaram da mesa Patrícia Brasil, pesquisadora do Instituto Nacional de Infectologia - INI/Fiocruz, Consuelo de Oliveira, pesquisadora clínica do Instituto Evandro Chagas, Ricardo Lourenço, pesquisador do Instituto Oswaldo Cruz - IOC/Fiocruz e Wilson Savino, diretor do IOC/Fiocruz. O coordenador de mesa foi Marcos Freire, vice-diretor de desenvolvimento tecnológico de Bio-Manguinhos.

Marcos Freire comentou que o aparecimento do vírus zika foi uma surpresa na área médica. “Bio-Manguinhos e outras unidades da Fiocruz estão com várias iniciativas em andamento inclusive o desenvolvimento de uma vacina eficaz e segura contra a doença. Também estamos com um teste de diagnóstico molelucar próximo de ser lançado, esperando apenas o registro da Anvisa. Temos ainda um teste sorológico em desenvolvimento e que, em breve, estará disponível”, anunciou o vice-diretor.

Wilson Savino contou como tem sido o dia a dia dos pesquisadores do IOC. “Estamos estudando vários tecidos humanos e começamos a fazer, recentemente, em tecidos do sistema nervoso e na placenta. Começamos hoje uma análise da associação da zika com a Síndrome de Guillain-Barré. É preciso, ainda, identificar os receptores do vírus”, revelou.

Ricardo Lourenço explicou melhor sobre o início da epidemia no Brasil e nas Américas. “Na época, começamos a pesquisar os infectados. Coletamos mosquitos nas residências de pessoas infectadas, foram 1500 mosquitos em 3 pools com aedes aegypti”, comentou, completando que, em março, foi encontrado um pool com aedes albopictus.

 

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Especialistas debateram sobre o aedes aegypti, transmissor da
zika, dengue e chikungunya. Imagem: Bernardo Portella

 

Consuelo de Oliveira mostrou como foi enfrentada, desde o início, a doença e como foi muito desafiador, especialmente no Nordeste. “No Instituto Evandro Chagas, identidicamos o vírus zika em todos os tecidos com ênfase no sistema nervoso central, fígado, baço e rins. Estamos trabalhando também na identificação do vírus em alguns tecidos do sistema renal. A quantificação da carga viral contida na urina como espécime clínico na tentativa de isolamento do vírus tem corroborado com nossos achados nos estudos patológicos”, destacou.

Ela completou dizendo que a mulher tem mais chances de adquirir a doença no momento da embriogenese (nos primeiros 4 meses), considerado o período mais crítico. “Agora, os casos de microcefalia derivados de zika são designados Síndrome da Zika Congênita”.

Patricia Brasil foi a responsável pelo primeiro artigo que apontou a relação entre zika e microcefalia. “No final de 2014, aumentou muito o número de pacientes com suspeita da doença porém assintomáticos. Na época, as pessoas estavam sendo diagnosticados como dengue por falta de uma melhor definição. Mas, rapidamente, o laboratorio viu que não era dengue e sim outra doença”.

 

Jornalista: Gabriella Ponte

 

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