rosane cuber vacinas agenda 2030Bio-Manguinhos participou, no dia 15 de setembro, do Encontro Virtual Visa em Foco cujo tema foi “O Controle da Qualidade e a Agenda 2030”. A vice-diretora de Qualidade de Bio-Manguinhos, Rosane Cuber, ministrou a palestra “A importância das vacinas para o alcance dos objetivos da Agenda 2030”.

Dentre os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), o tema apresentado por Rosane está inserido no Objetivo 3, de boa saúde e bem-estar geral. A vice-diretora explicou que a meta 3.8 da ONU e do Brasil é de assegurar, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), a cobertura universal de saúde, o acesso a serviços essenciais de saúde de qualidade em todos os níveis de atenção e o acesso a medicamentos e vacinas essenciais seguros, eficazes e de qualidade que estejam incorporados ao rol de produtos oferecidos pelo SUS. E, para que o Brasil consiga alcançar essa meta até 2030, será necessário aumentar as coberturas vacinais.

“Estamos observando o recrudescimento de doenças que tinham sido eliminadas do nosso país. Recentemente, Nova Iorque entrou em alerta por conta do aparecimento de um caso de poliomielite. De 2018 para cá, houve uma grande queda das coberturas vacinais, e o PNI, até então, era visto como um programa de imunização muito bem-sucedido. Várias doenças caíram drasticamente suas coberturas vacinais, como é o caso de BCG, rotavírus, poliomielite e tríplice viral. Os dados refletem a maior queda de vacinações infantis em aproximadamente 30 anos, segundo OMS e Unicef. No Brasil, cerca de 26% das crianças não receberam vacinas, no ano passado, em comparação com 13% em 2018. Se não atuarmos fortemente agora, no futuro, essa situação será convertida em perdas de vidas”, alertou Rosane.

Para estudar e reverter esse quadro, foi criado o Projeto Pela Reconquista das Altas Coberturas Vacinais (PRCV), uma parceria entre Bio-Manguinhos, Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde e Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). “O PRCV tem um pacto federativo e defesa do SUS como diretriz norteadora e tem o objetivo de apoiar o PNI com ações que alavanquem as coberturas vacinais que foram agravadas pela pandemia de COVID-19”, explicou a vice-diretora.

A metodologia utilizada pelo projeto está baseada em três eixos. O primeiro visa garantir que toda a população tenha acesso às vacinas e seja vacinada, melhorando a infraestrutura e qualificando profissionais. O segundo é realizar diagnósticos situacionais sobre sistemas de informação em conjunto com profissionais da ponta para a gestão dos dados de imunizações com o intuito de elaborar propostas de integração e otimização das bases de dados e dos sistemas legados. O terceiro visa sensibilizar e dialogar com a população criando uma grande rede de solidariedade, que conecta diferentes públicos, todos mobilizados pela reconquista das altas coberturas vacinais.

“As primeiras fases do projeto estão acontecendo no Amapá, onde tem muitos casos de sarampo, e na Paraíba, onde já temos uma rede estruturada de estudos clínicos. Ano que vem, na terceira fase do projeto, iremos disseminar essa metodologia por todo o país”, concluiu Rosane.

 

Jornalista: Gabriella Ponte
Imagem: Bernardo Portella

 

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