criancas pandemiaUm ano após o início da pandemia, “as crianças em todo o mundo estão enfrentando um novo normal devastador”, afirma o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

De acordo com o órgão, “em praticamente todos os principais indicadores sobre a infância, os progressos anteriores retrocederam nos 12 meses de pandemia, deixando as crianças enfrentarem um ‘novo normal’ devastador e distorcido”.

Foram registrados aumentos nos números de crianças que ficaram famintas, isoladas, abusadas e ansiosas. “A educação de centenas de milhões de crianças foi interrompida. O acesso a serviços de proteção e saúde - incluindo vacinações de rotina - foi severamente afetado. A pandemia também está afetando a saúde mental dos jovens e levando suas famílias à pobreza. Essas perturbações sociais e econômicas podem aumentar os casos de casamento infantil”, relata o Unicef. Cerca de 10 milhões de casamentos infantis adicionais podem ocorrer antes do final da década, “ameaçando anos de progresso na redução desta prática”, alerta o órgão.

As escolas de mais de 168 milhões de crianças em idade escolar, ao redor de todo o mundo, estiveram fechadas por quase um ano. “Dois terços dos países com fechamentos total ou parcial estão na América Latina e no Caribe”, informa o Unicef, segundo o qual “pelo menos 1 em cada 3 alunos não conseguiu acessar o ensino à distância enquanto suas escolas estavam fechadas”.

Espera-se que a pobreza infantil aumente - relatório de novembro de 2020 projetou que o número de crianças que vivem em famílias sob pobreza tenha aumentado em mais cerca de 140 milhões ao final do ano passado.

Também em novembro de 2020, mais de 94 milhões de crianças corriam o risco de perder sua vacinação de rotina devido às suspensões de vacinação contra o sarampo em 26 países.

O Unicef informa que pelo menos 1 em cada 7 crianças e jovens viveu sob a política de confinamento social em 2020, “levando a sentimentos de ansiedade, depressão e isolamento”.

Além do bem-estar psíquico das crianças, as estimativas do Unicef sugerem “adicional de 6 a 7 milhões de crianças menores de 5 anos que podem sofrer de definhamento ou desnutrição aguda, aumento de 14 pontos percentuais que pode se traduzir em mais de 10.000 mortes infantis adicionais por mês - principalmente na África Subsaariana e Sul da Ásia. Com um declínio de 40% nos serviços de nutrição para crianças e mulheres, muitos outros resultados nutricionais podem piorar”.

Por fim, o Unicef alerta que “cerca de 3 bilhões de pessoas em todo o mundo carecem de instalações básicas de lavagem das mãos com água e sabão em casa. Nos países menos desenvolvidos, três quartos das pessoas e mais de dois terços das escolas carecem dos serviços básicos de higiene necessários para reduzir a transmissão de COVID-19. Em média, mais de 700 crianças menores de cinco anos morrem todos os dias de doenças causadas pela falta de água, saneamento e higiene”.

 

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Jornalista: Paulo Schueler. Imagem: Rawpixel, Freepik.

 

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