situacao epidemiologica febre amarelaO vírus da febre amarela está circulando na região Sul do Brasil neste início de 2021. Em Santa Catarina, houve confirmação do primeiro caso em um humano em 27 de janeiro - uma mulher de 40 anos do município de Taió contraiu o vírus. Segundo a Diretoria de Vigilância Epidemiológica do Estado, ela não tinha registro de vacina contra febre amarela.

No Rio Grande do Sul, a morte de bugios na divisa deste estado com Santa Catarina fez com que o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS) recomendasse que 26 municípios intensifiquem a vacinação contra a febre amarela, em quatro regiões: Serra, Norte, Litoral Norte e Vale do Paranhana.

Já o último boletim quinzenal da febre amarela divulgado em 10 de fevereiro pela Secretaria da Saúde do Paraná confirmou a morte de um macaco (epizootia) contaminado pelo vírus da doença, no município de Cruz Machado. No boletim anterior, o município já havia apresentado outras três confirmações de epizootias.

Levantamento mais recente do Ministério da Saúde, publicado no Boletim Epidemiológico 4 - Volume 52, agora em fevereiro, relata que entre julho de 2020 e janeiro de 2021 foram notificadas 574 epizootias suspeitas de Febre Amarela em todo o país, das quais 37 foram confirmadas por critério laboratorial, 120 foram descartadas, 201 ainda estavam em investigação e 216 foram classificadas como indeterminadas, por não ter sido possível coletar amostras ou obter diagnóstico conclusivo.

As detecções do vírus em macacos foram registradas no Distrito Federal (1), Goiás (16), São Paulo (1), Paraná (11) e Santa Catarina (8), "sinalizando a circulação ativa do vírus nesses estados e o aumento do risco de transmissão às populações humanas durante o período sazonal". No mesmo período, informa o Boletim, foram notificados 125 casos humanos suspeitos de Febre Amarela, dos quais 107 foram descartados e 18 permaneciam em investigação.

O Boletim apresenta ainda as "perspectivas para o período sazonal", que vai de dezembro de 2020 a maio de 2021, e relata que "detecções do vírus amarílico em Primatas Não Humanos no Paraná e em Santa Catarina confirmam a expectativa de retomada da transmissão na região Sul, com possibilidade de dispersão para o Paraguai e a Argentina, já que as últimas detecções nesses estados ocorreram a cerca de 70 quilômetros da fronteira, requerendo ações de mobilização regional internacional".

Ainda segundo o documento, "registros de epizootias em Goiás e no Distrito Federal alertam para a possibilidade de um novo processo de reemergência do vírus a partir da região Amazônica (endêmica), com risco de dispersão para novas áreas, sobretudo da região Nordeste".

 

Jornalista: Paulo Schueler. Imagem: Raquel Portugal e Felipe Méxas.

 

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